sábado, 31 de agosto de 2013

Eles

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Chega a ser algo deprimente como vejo os olhares vazios desse corredor polonês. Vestidos com roupas coloridas, cabelos e maquiagens coloridas.
Mas o olhar.
Particularmente o olhar.
Sujo com pó de cigarro.

Eles querem atenção, de fato querem atenção, mas para eles não é difícil de conquistar. Se eles não tentassem tanto, com as plumas extravagantes e as danças sexys, seriam mais gente. Mas tem gente que no fundo é só número.
Um beijo, uma bonequinha inflável.
Uma estatística no meio de um contador de visitas.
E eles são apenas isso.
Mais dor ao passar por esse corredor polonês.

And they, don't know that.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Solteirona

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Primeiro de tudo e obvio: dias dos namorados ela passa trabalhando.
Uma mulher nos seus 45 anos, que com 30 ainda achava que iria encontrar seu príncipe encantado.
Hoje nem se arruma mais, sai sozinha no supermercado de pijamas e o cabelo armado.
Maquiagem são só produtos enganosos,
Junto dos produtos de cabelo e dos seus mimimis gels-hidratantes-especiais-que-seja.
Uma promessa para a beleza que não faz diferença na sua vida.
Mas ela não se deixa derrubar por estar sozinha.
Feminismo & todas essas merdas dos novos padrões da sociedade a sugam para seu são o contentamento de poder andar feia em casa, dançar no meio da sala sem roupas e finalizar pensando nas noites em claro em quem quiser.
Ela tem tudo afinal. 
Uma cama confortável podendo se esticar até 5 metros de distância,
Uma banheira de bolhas e champanhe a 5 passos,
Um pote de sorvete häagen-dazs que não precisa ficar aflita de ter que dividir com ninguém.
E ela tem uma filha.
Só pode ser assim que não sente falta, 18 anos a idade do casamento.
Começa difícil, dores de parto e trocando fraudas.
Só para dificultar mais ainda, não dormindo de noite, tapando as tomadas e escondendo os pequenos objetos. Só para dificultar mais do que o possível, a preocupação de hoje de aonde estão, sua filha e o namorado.
O Sr. que vai ocupar o outro lado da cama, vai pular no meio do banho de bolhas, e roubar escondido uma colher do sorvete.
Ah, e claro, vai acompanhar a única desolidão da mãe solteira todos os dias 12 de junho.
A única e ultima coisa que a ruivona terá são seus rushs de correr entre quarteirões antes de estacionar o carro ao ir para casa.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ursinhos, yakisoba e o básico.

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Hoje ele tocou de novo.

A luz da escrivaninha e da tela do computador
Uma ventania fria sobreposta pelo som de seus dedos
Aquele olhar vazio escuro que deixava suas cores claras e cheias transbordarem pela música
Cada nota cada dia e cada sentimento que ele já teve
Na harmonia triste de sua solidão.
As cordas afiadas tocadas rápidas furavam aquela doce imagem
Dos lábios gordinhos, das piruetas no ar.
Lágrimas não tem tempo. para.
Caem sufocam encharcam
As cordas amarram em seu pescoço
E as ondas ocupam o vácuo
No nevoeiro de longe uma garotinha vai levemente para frente e para trás no balancinho.
E então silêncio.
A brisa cinza de seus olhos consomem-a
Ele pisca indo até a mim com um beijo
"Eu senti saudades" diz ele voltando da viagem.
Esse sentimento é tão completante
Sorrir, por não ter que perguntar
Saber, muito bem quem você é.

domingo, 18 de agosto de 2013

Filosofando

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No outro canto da sala
Bate o sol nas folhas da jabuticabeira
O vento suaviza os sons das crianças brincando
E seu cabelo balança com o ar frio vindo da geladeira.

Uma distância imensuravelmente grande,
personalidades de obstáculos entre ela e o lado bonito da sala.
E como contemplava,
o que provavelmente nunca estaria em seu alcance.

Mas a questão na verdade era:
Para que ela iria querer de fato aquilo que não precisava?
Só bastava contemplar.
E contemplaria todos os dias.

Um ano que passaria naquela imensa sala,
longe da jabuticabeira
e ao lado de tomadas e eletrodomésticos.
E estaria tudo bem assim, estaria mesmo.

Nunca provaria o doce gosto das frutas
ou sentiria o áspero cheiro de pó vindo das brincadeirinhas na grama.
Nunca... Nunca é uma palavra muito forte.
Tão forte que o acaso a desafiou,
e na semana seguinte inverteu os lados.

Lado a lado das janelas, ela estava sozinha
Com um friozinho batendo em sua espinha.
Não observou tanto das jabuticabeiras, porém.
De perto ficou tonta com a sujeira distorcida do vidro
As folhas não são tão verdes assim
Amarelas pontas marrons queimadas
E solitária estava.
Seu lado era melhor.
E era isso mesmo.
Nada de poesia por trás, nada de metáforas e alegorias.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A Sutilidade de um Álbum de Fotos

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De baixo de um alto guarda-chuva cinza igual ao arredor nublado, ela chovia de sua própria maneira.
Só algumas bobas lágrimas, uns passos de pés e um sorvete já deveriam cura-la.
Mas era um situação um pouco mais complicada pois na sua frente descansava sua mãe em um objeto peculiar parecido a uma caixa.
Parasempre. 
Ela nunca tinha visto uma cena assim.
Pois bem, nunca presenciaria.
No outro pedaço de papel em suas mãos a sua mãe mais nova com seu sorriso colorido; recheado de tutti frutti.
A garota não sabia o que era tutti frutti.
Como poderia saber?
E nunca saberia o gosto cor de rosa da borracha açucarada...
Seus dedos folheavam encantada as fotos.
A morte e a infância.
Ela não entendia muito bem o que eram aquelas coisas em suas mãos.
Fotos.
Fotos em um material liso, que ela podia tocar.
Que não emitiam luz.
Que ela não poderia reblogar, twittar, curtir ou comentar.
O que será que seu pai fazia com essas engenhocas?
Ela poderia comê-las
Mas meu bem, aposto que não são apetitosas.
Ela poderia cheirá-las
Pó, papel, e o fedorzinho de velhice.
Também não muito agradável.
Com um suspiro, ela desiste de tentar entender qual era o propósito daquilo fora da tela.
Opta por guardá-las.

No final do dia, descobre seu verdadeiro valor quando as entrega para o pai,
Que dengoso coloca-as perto de seu coração para dormir de noite.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Um Final Feliz

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Desliguei o chuveiro e peguei minha toalha. O banheiro estava inteiramente nublado, gotas de água pingavam do meu cabelo. Abri o box e pisei delicadamente sobre o pano de chão, ouvindo no silencio da noite um barulho peculiar. Pensei no momento que ele deveria ter ligado o Skype para falar com seus amigos.
"Puxa, até aqui, enquanto todos estão dormindo... Deve estar tarde" Pensei rebolando a cabeça em desaprovação.
Me vesti com meus pijamas improvisados e aleatórios, e na esperança de sair mais rápido dali, sai com a escova de cabelo na mão; Notei que a porta do quarto do pai dele estava fechada, e a outra porta encostada. Primeiro hesitei em bater na porta antes de entrar, mas ai ouvi o que eram os barulhos: A nossa música estava tocando.
Dentro do quarto estava ele sentado na cama, com o cabelo pingando ainda, e uma rosa estava na sua frente.
Na hora fingi não ter notado e sentei na frente dele, sorridente.
Ele continuava olhando para baixo.
Sendo o blooper ambulante que eu sou, o observei tentando pentear meu cabelo todo bagunçado, e reclamei um pouco com palavras que não lembro, de como eu sempre estragava as coisas.
Ele ergueu o olhar, e manteve uma expressão seria, porem agora ele me flitava com um certo ar de interrogação;
- O que é isso?
Me direcionei para a rosa.
Engraçado como alguns dias atrás eu havia o contado que nunca tinha ganhado uma flor.
Ele não respondeu na hora, apenas a observou mais.
- É para mim?
Como eu sou tonta! Claro que é para você!
Ele acenou e me beijou.
Dei uma risadinha, e ele acordou do transe em que estava.
- Que droga, meu cabelo ainda esta cheio de nós! - tento passar minha mão pelos meus fios de cabelo, porem minha mão se prende bem no topo. A balanço de irritação. Sua tonta! Estragou a coisa mais perfeita da sua vida! Droga de cabelo...
- Eu estive pensando na pergunta que você fez...
Tinha um palpite de qual pergunta, mas aguardei ansiosa para ouvi-ló dizer.
- All we need is a date.
- Date? Como um encontro?
- Não, uma data. - me perfurou mais um pouco com seus olhos lindos acinzentados antes de continuar com a voz fraca: - Eu sei que você não gosta de abril... Mas 4 do 4...
Soltei uma risadinha e o ataquei com vários beijos.
Tudo estava perfeito. Tudo era perfeito.
O lugar, o momento, o que sentíamos...
Ainda tinha viva a imagem dele cantando sob luzes coloridas enquanto estávamos no show.
Não achei que precisava responder, mas voltando a ficar serio ele perguntou:
- Você quer ser a minha parceira, minha melhor amiga e namorada, para vida toda?
Mas é claro!
- Sim! Sim! Claro que sim! Seu bobo!
Ambos sorrimos, e continuamos sorrindo provavelmente a noite toda abraçados no frio de São Paulo.

Obs: Essa postagem foi originalmente postada no dia 04/06/2013
Sem querer mexendo nos marcadores eu re-publiquei ela HOJE.
Uma bela desgraça para aqueles metódicos e chatos (nesse caso, dessa vez, EU).
Enfim, tudo bem, eu sobrevivo.

domingo, 11 de agosto de 2013

"It's Us, not you."

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Bochechudo o serzinho que segura a distorção da realidade
Babulceia o que baba, que escorre pelo queixo
Grandes janelas cinzentas
Observam os pais

High School Sweat Hearts 
Com medo de morcegos
Fugidos pelas noites, debaixo do ventilador
Sexta-feira. Besteiras e chocolates.

Gotas salgadas
Que derreteram sobre a ponta do meu nariz
Foram pela primeira vez
Que chorei porque estava feliz.

Qual é o seu segredo?
Qual é o seu encanto?

Músico apaixonado
Toque o seu pranto
Ao meu lado da cama
Sem o sotaque forçado.

Novas memórias
Quadras de show-ball 
Com gramas geladas
Grilos cantando
Me pergunto
Porque não estávamos dançando?

Viva cada momento como puder, meu pequeno.
Seu papai sempre vai te abraçar quando os bichos papões te assustarem.
Mantenha a calma, meu pequeno
Sua mamãe ira juntar as melhores palavras que pode
Para te poupar das ruins que estão no mundo.
Descase, meu pequeno.
Sempre estaremos juntos.

Um beijo
"Eu te amo"
mais um beijo
"Eu também te amo"
outro beijo.

Fim.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Pensamentos do Aniversariante

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Cortando meu bolo sozinho, desejo em segredo que ela seja feliz.
Olhando para a lua, desejo que do outro lado ela olhe uma última vez.
E feche as cortinas, para interlaçar seus dedos dentre dos cabelos escuros dele.
Nas sombras desejo desaparecer.
Virar a história que sempre e somente fui.
Nunca a beijei
Nunca a fiz suco de laranja
Nunca a dei minha blusa de abotoar
Nunca a salvei
Nunca a fiz desmaiar
Nunca a toquei
Nunca sorri
Para ela
Também nunca existi.
Mas sempre a amei,
Desde o dia que a vi pulando pela neve, com um olhar verde estonteante.
Eu sei que você tem medo de ter crescido, eu sei que seu reflexo mostra seus olhos opacos com aspecto de cachorro sem dono.
Mas você ainda é aquela garotinha.
Só não é mais minha.
Com uma lágrima, vou fazer minha dancinha e comer uma fatia do bolo do Oscar.
Você não está perdendo nada my love...
Em outro universo talvez a gente se esbarre por ai.
Pena que terei chegado atrasado.
Então comemore somente hoje
Meu último aniversário.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Murmúros

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Como alguém escreve sem sentimento?
Como alguém cria sem pensar?
Como alguém termina sem tormento?
Como alguém ama, sem amar?

--> Exacly!

How do you do it little actress?
Making things blind.
How can you think little actress?
That you left your past behind.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Never more, never more.

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Não era um corvo, nem um homem jovem com tuberculose.
Não estava sob efeito de bebidas, remédios ou ópio, só o cansado e as olheiras de sempre.
O pássaro colorido beirava na janela dela.
Ela escrevia. Não no cenário de tons de sépia com papel velho, pena e nankin. Mas nesse cenário as paredes eram rabiscadas cheias de livros em tons de vermelho e seu papel era branco com azul.
Escuro, esse é um detalhe importante.
Os olhares fixos do passarinho eram perturbadores.
"Never more, never more" começa ela.
"Passada a semana, o olhar não queima tanto quanto antigamente. Ficou perdido e sutil."
A garota olha para janela, começou a nevar. O pássaro esta desamparado e com frio.
"Adorável morder o bicho papão de meus tormentos."
"Chega de romantizar. A ave pingava suas cores azuis, laranjas e amarelas desbotadas. Suas penas não brilhavam, de seu bico rachado saia uma gosma vermelha de seu próprio sangue. Ela não podia voar na beira do horizonte pois estava presa a essa imagem que a feria."
Um sorriso contentou a garota.
Ele está tão miserável quanto você.
E chega.
Nunca mais.
Nunca mais.
Nem se as imagens voltarem? 
"Cantarolavam no banco da árvore igual a velhos bêbados. Estavam livres, estava quente..."
Nunca mais, nunca mais.
"E quem estava do seu lado, e quem parasempre estará?"
Lagrimas de desespero derramavam tinta dos olhos da garota. Azuis, laranjas e amarelas. Encarou seu lado, sua janela fechada do outro lado a ave rindo.
"Nunca mais..." 
Um soco faz ela bater suas asas para baixo. O vidro treme enquanto a nova visão de fora se constitui; É o reflexo dela.
"Não..." 
Mas tudo que ela vê é um pássaro desbotado chorando sangue de seus lábios vermelhos cortados.
 

Uma Pequena Blooper © 2010

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