terça-feira, 21 de outubro de 2014

Ossessione

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Me diz o que estou fazendo?
Repetindo esses passos fracassados
Pisando pé em cima do outro como se não estivesse doendo
Mas está.
Está e estive pensando, porquê?

Qual é a lógica desse ilógico sentimento?
A espreita sobem baratas por todos os cantos
Subindo em quadro em cima de outro como se não estivessem intrometendo
Nos meus caminhos, estão
Todos pedra empedrada nos asfaltos.
Até trancada em casa te vejo andando na esquina
E sorri
Flutuando igual a uma princesa, voluptuosa
Seus dentes perfeitos me mordem e me escondo
Como se não estivesse desesperada, desamparada, tremendo.

Mas estou
Acabada.
Vocês três existiam antes.
Cada uma pétala de um trevo.
Todo esse tempo pensava que era minha sorte
Mas não me atrevo
Mais.

domingo, 12 de outubro de 2014

À sua Maneira

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Sua vida é tão discreta quanto a vestimenta
Não resta nada para imaginação.
Sentimentos cobertos por rendas
Em todo canto deixa rastros de segredos nos decotes cavados prontos para defloração.
Murais tão altos, para que as saias curtas?
Quanto toda saia basta.
Porque andas com uma mascara no rosto?
Nesse baile de corpos nus.
Para que serve a sua própria memória?
No mundo em todos te lembrarão
Exposta na vitrine,
Sem blusa. Sem mangas. Sem cartas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Lar doce... Não há

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Não me abalo,
Não descanso
Não posso gritar
Não tem para onde fugir
Estive anos presa em uma caixa de papelão, no meio da calçada da avenida paulista
As marcas de solas de sapato já grafaram meus bracos de tatuagens.
Estive anos parada no meio do nada, com a boca costurada
Andei para todo lado e nunca cheguei a lugar nenhum.
Tentei furar a caixa, 
Arrastar um lábio seco contra o outro para formar um murmúrio
Mas não gosto do que vejo pelos buracos, não sei o que falar
Detesto a realidade
E odeio você também.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Resposta

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Faz um mês 
E chega de tempo
Chega de não responder
Chega de ficar nesse esconderijo 
Com medo de não encantar
Com medo de não poder...
Ajudar.

Te imagino solitária, reclinada em uma cadeira rotatória com uma mesa de baixo das mãos.
O rosto desbotado,
Coração desconsolado
Que insiste em bater

Vejo em ti, força
O quanto foi forçada a aguentar
Estás descabelada,
Desorientada do que falar, de onde ir.
Mas das suas palavras,
Saem orquestras suaves e puras.

Vejo em ti esperança
Uma respiração leve
Assoprando plumas brancas de sonhos

Levante os braços,
São os pequenos detalhes
Tão gentis como você
Que voam por todos os lados
Esperando alguém para os recolher.
 

Uma Pequena Blooper © 2010

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