terça-feira, 3 de junho de 2014

Quando Werther não morreu

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Insano, com uma arma apontada para o rosto dela
Numa festa, anos depois, sedento por vingança
Ele abria um sorriso diante do amor que queria a tanto tempo, que perderá por motivos ridículos.
Seu desejo enfim se realizará.
Alberto não estava presente, era só ele e ela, uma arma e uma multidão apavorada.
Mas algo o distanciou do gatilho.
Carlota já estava morta.
A infelicidade profunda no rosto dela era o suficiente.
Werther gargalha macabramente, os convidados da festa se espantam
Mas ela está quieta
Com os olhos olhando através dele
Para um longe melancólico
Uma lagrima repousa em sua bochecha esquerda
Ele não sabe o que fazer
A visão dela tão desamparada o deixa louco
Enfurecido ele abaixa a arma
Anda até ela
A abraça
E com as vozes trêmulas cochicha:
"Carlota, ah, doce Carlota. O problema então sempre foi você"
E com essa constatação, Werther se sente anestesiado, livre da tortura que fora amar uma mulher desorientada.
Ele se sente vitorioso, finalmente.
Ela é a garota mais triste a segurar um martini.
E isso era mais satisfatório do que matá-la.
 

Uma Pequena Blooper © 2010

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