terça-feira, 26 de novembro de 2013

Resistência

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É normal e inevitável
Aqueles dias com clima parecido
Mormaço gélido depressivo
No qual as lagrimas escorrem sem precipitar o choro
Você é aquela música cansativa que nunca quero ouvir
Por que não te deleto do pensamento?
A enferrujada memoria rasteja minha coluna
Causa desde a cabeça até os pés o formigamento
De paleto anda ereto e abre o guarda-chuva preto ao sair do carro
Mas não esta chovendo
Garotinhas brincam, rodeiam os campos
Palavras evaporam e rolos de filme queimam do fervor da minha angústia
Porém permanece o abismo que esmaga-me contra as paredes
Perfuro a pele macia dos meus braços em vão
Mas a dor não distrai mais
E quando a anestesia e a dormência não fazem mais efeito
Você aparece fantasma
 Pingando o suor ardente da cólera que criei
- Por que...
Ele não responde.
- Por que? - suplico
Ele não espera.
- Por que! - grito
Ele me abandona.
- Por que - murmuro
E estarei sozinha
Enterrada no passado
Sem conseguir me libertar.

Mas tudo bem,
Pois a desgraça cria o poeta.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Desinteressante

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Preciso tirar da cabeça
desencanar descansar colocar no ar
os pés
o discreto inquieto
dos soluços
soluções
aviões, naquele passarela
tapete vermelho pintado da novela
entra em cena a mais bonita
aplausos assobios vuvuzelas
enquanto é esmagada
a pequena da tomada
a luz que a iluminou
a pele dela
é mais macia
e não arde
ao pensar na dor
é impossível recomeçar
a cada silaba que seu lábio tenta entrelaçar
mais se esconde nos zipperes enferrujados
e mais esconderá.

A satisfação não existe
nos terminais violeta
ninguém nunca sente
ao mesmo tempo que ela desaparece aos poucos.
 

Uma Pequena Blooper © 2010

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