terça-feira, 15 de novembro de 2016

Luto para viver mais um dia

0comentários
Você me deu tantos sustos
Que agora a realidade parece confusa
E eu não sei o que sentir
É uma angústia, um novelo de lã que usavas para tricotar minhas toucas
Enforcando meu peito.

Teu amor me aquece nesse inverno tão gelado
E a única promessa que te garanto é de sempre levar meus casacos
Pois sei que deu que fará frio na televisão.
A lembrança do teu toque e cheiro são tão vividos
Será que irão embora contigo com o tempo?
Ou ao menos isso deixarás para mim?

Tem um potinho do teu molho de macarrão no congelador
E tantas fotos suas com um grande sorriso nos álbuns lá da sala de casa
Não consigo acabar esse poema
As forças que tinha usei tentando colocar o pé fora de casa
Acabaram nos meus olhos vislumbrando a janela.
Vi um mundo vivendo
Pessoas passando igual a antes
Seguindo em frente
E ninguém está de preto. Ninguém chora. Ninguém sente o que eu sinto.
Porque não te conheceram
Aí dessas pessoas infelizes
Que não provaram do teu carinho
Do teu amor
Aí dessas pessoas infelizes que vivem e passam
Enquanto eu não aguento viver nesse mundo sem você.

As lágrimas me consomem
E eu nem tenho mais lágrimas para chorar.

Breve texto que nem foi a nossa idiota pizza

0comentários
Eu sou as gotas de sangue que escorrem nos meus braços.
Fluidos, lágrima que caí dos meus olhos verdes
Suor do dia de verão que sempre te disse que amava
E amo
Muito mais do que já gostei de você.

Arte de Rua

0comentários
Enquanto eu caminho nessas ruas cheias e caóticas o vento bate de leve nos meus cabelos e na minha saia, quase como se estivesse abraçando minhas lagrimas. Entre berros e faróis tento sair correndo de você que vem devagar atrás de mim. Não sabe se quer mesmo me buscar de volta, mas não conseguiria viver com a culpa.
Passo por artes desenhadas nos muros alheios e corro tropeçando nos meus pensamentos turvos.
- SAI DAQUI – grito para ele apressando o passo.
Mas ele mantem logo atrás, me cercando.
- SAI – choro.
Olho para trás, ele não responde.
        - SOME OU EU ME JOGO NA FRENTE DE UM CARRO.
Cambaleio até os carros. Ele se distancia. Mas não adianta de nada. Não me importo com o rosto estupido dele. Não me importo mais com os meus sonhos.
De frente para as luzes morro e o vento sul carrega de mim todas as minhas histórias.
Ele assiste os papeis rabiscados e amassados voando e chora.
Ninguém se importa.

sábado, 13 de agosto de 2016

Um Instante para Procrastinação

0comentários
Talvez as lagrimas sejam pela alergia seguida pelos cinco espirros consecutivos,
Mas elas também podem ser resquícios da tempestade que vive dentro de mim.
Sobre a minha cabeça caem gotas de chuva e raios.
Alguns furacões já passaram pelos meus fios de cabelos
E os enosaram todos.
O tempo gasto desembaraçando-os me manteve ocupada enquanto os sonhos que moravam nas casas dos meus olhos se esmagavam contra as montanhas de minhas bochechas no deslizamento.
Foi agonizante, dava para ouvir os gritos bem de perto das minhas orelhas.
E no entanto nada se dava para fazer.
Minha cabeça saiu rolando e deixou meu corpo.
Ela caiu bem fundo no buraco da depressão
As lagrimas de seus olhos verdes ficaram nas minhas mãos, chorando.
Uma pela minha perda que partiu meu coração em pedaços
Outra por você, que pisou em cima do meu pé e doeu.
Doeu demais.
São lagrimas que não param de escorrer e mofar as paredes.
Mas elas também podem ser da geada que passou por aqui depois de todos esses dias frios
Da felicidade que estou tomando fluoxetina e sertralina
Do arco-íris se formando nos meus cachos enquanto marcianos ajudam a reconstruir mansões para todos os meus sonhos

Provavelmente é só a alergia mesmo.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Segundos

0comentários

Quantas músicas menino
São necessárias?
E quantos cafunés, menino?
Já fizeste com o mesmo carinho com que me olhas
Enquanto estou de olhos fechados dormindo.

Quantos táxis vai pegar
Até traçar todos os caminhos do meu corpo
Sua carinha de bobo
Rindo e assoprando os brotos de erva doce espalhados pela cama

E essa chave que sempre carregas no braço
Será que ela abre os portões de uma vida em cores?
Imigrante na minha vida
Passou estreito pela alfândega
Carregando minha pequena princesa em perigo

Cuidado com o pescoço descoberto
Há vampiros escondidos
Que vão sugar todas as suas emoções de ti.

Quantas músicas vai ter que cantar?
É uma bomba relógio
Acendesse o isqueiro
Pode explodir
Mais uma dose de Elvis
Para me apaixonar.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Admissão

0comentários
Nasci uma estrela do mar
e não entendi porque minha luz não existia.
Sou uma estrela do mar contra a parede
E o mar tapeia minhas costas, minha bunda
O mar me agride, me infiltra, me possuí.
Sou uma estrela do mar
mas queria ser de mim.

Nasci uma estrela no mar.
E me fizeram de objeto dentro de um aquário.
Me contemplam na minha inquietude
me tocam, esmagam, se esfregam.
E mal mexo.

Quando nasci, achei que iria ser do céu.
Intocável.
No entanto nenhuma estrela nasce sendo dona de seu corpo.

Nasci eu
E vou ser a estrela da minha vida
Ofuscando a todos que se aproximarem.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Selada

0comentários

Escrevo essa carta para quem quiser ouvir.

Do outro lado da utopia ninguém está sorrindo. São todos vazios, infelizes. E o cinema faz tudo parecer tão bonito, de verdade, e não é. Simplesmente.
O sapato de cristal faz bolhas de escorrer pus nos pés, não é nada perfeito. Parece que quanto mais perto você chega dos seus sonhos menos gosto eles tem. E mais longe, mais as esperanças são engolidas pela realidade. É um buraco interminável com as cartas da vida.
Na minha eu tenho tudo
E no entanto me sinto presa me pendurando nessas barras geladas. Minhas escolhas são pesos presos ao meu corpo por correntes de ferro e eu não consigo mais respirar dentro dessa prisão
Essa cela.
Este ponto final aqui.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Off My Chest

0comentários

Essas mãos comidas que seguram meu mundo
Feitas de chocolate branco
Se contorcem e dançam feito marionetes no calor
Pingando gotas de kisses melados no meu pelo, nas minhas patas, dentre meus dedinhos
Cobrem meus olhos de carinho

Passeio pela fantástica fábrica e me perco nos bombons
Me perco nos pirulitos, na vividez
Nas nuvens feitas algodão doce

Amor, seu amor é tão doce
Doce que gato não sente
Cof Cof
Vômito bolas de pelo cremosas feitas de cookies and cream
Vômito as toalhas, louças, poeiras, camisetas, cuecas, políticas, meias, culturas, sotaques, lembranças, histórias, sorrisos, choros, textos, idéias, costumes, palavras - cheias de
erro você por inteiro

Essas mãos furadas que seguram meu mundo,
Ele caiu e quebrou no chão.

 

Uma Pequena Blooper © 2010

Blogger Templates by Splashy Templates

Google Analytics Alternative