Não me abalo,
Não descanso
Não posso gritar
Não tem para onde fugir
Estive anos presa em uma caixa de papelão, no meio da calçada da avenida paulista
As marcas de solas de sapato já grafaram meus bracos de tatuagens.
Estive anos parada no meio do nada, com a boca costurada
Andei para todo lado e nunca cheguei a lugar nenhum.
Tentei furar a caixa,
Arrastar um lábio seco contra o outro para formar um murmúrio
Mas não gosto do que vejo pelos buracos, não sei o que falar
Detesto a realidade
E odeio você também.
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