quinta-feira, 11 de julho de 2013

The Moment That It Stops

Ela estava parada em pé no meio da casa, de saída de praia amarela, e seu cabelo médio ondulado deveria estar preso, mas estava todo bagunçado em seu rosto. Sua maquiagem estava escorrendo toda borrada em sua bochecha enquanto ela chorava. Respiração rápida, alguns soluços quietos. Procurando ocupar suas mãos, ela amassava a ponta de seu vestidinho amarelo. Foi esse mesmo vestido que ela usou quando conheceu ele. Ele adorava esse vestido. Com esses pensamentos ela cai no chão de joelhos.

No começo...

Eles se conheceram na beirada da praia. Ela acordou cedinho, se encheu de protetores solares e mimimis, bikini de bolinhas amarelas e óculos de sol chilly beans. Ele acordou tarde, mas já acordou de sunga e shorts de nadar hollister (poderia também ser abercrumbie ou american eagle, que seja). Saiu de casa de bicicleta faltando 5 paras 9.
9:10 ela chegou de ecosport, canga com desenho do Caique Britto e saída de praia amarela (uma gracinha).
Depois de sete minutos exatos, ele chegou do outro lado da praia. E ela começou a andar na borda catando conchinhas. Ele acabou dormindo e não notou a chuva chegando. Ela estava desacostumada, e não olhou para cima para notar. 10 horas começaram as pequenas gotas, e os pequenos grupos de pessoas a irem em bora. 10:10 ela olhou o céu e sua volta vazia. 10:12 ela correu na chuva, procurando algum lugar seco naquele borrão molhado 10:13 ele acordou, ensopado, deixou sua toalha esfarrapada na areia mesmo, e saiu correndo também. 10:20 ambos chegaram juntos no primeiro quiosque próximos que viram; Rindo. Se olharam, sorriram, e esse eh o começo feliz daquele dia chuvoso.

Em julho, viajaram novamente para praia, de mãos dadas. Ele estava cansado de viver sozinho e queria alguém com quem pudesse contar; ela o amava. Debaixo das estrelas, sem chuva, ele prometeu que seu coração iria estar com ela até o dia em que parasse.

Em setembro o pai dela morreu. Ele a tratou friamente, e não foi no enterro. Mas a levou a praia... Nenhum carinho, nenhum abraço. Ele já estava assim há algum tempo. Enquanto ele sentava e tomava um café, ela olhava a janela; Chuva, igual quando se conheceram. Ela saiu da janela e parou no meio da sala de pé, começando a chorar. Ele a olhou, e se levantou.
—Se acalma, eu sei que eh difícil. — ele falou e enxugou com seu dedo uma das bochechas dela.
—Você não sabe — ela sussurrou baixinho.
—Como não? Eu já perdi meu pai e minha mãe.
—Não eh por isso que estou chorando dessa vez.
—Porque então?
—Você. — ela espera ele falar algo, mas ele se recusa. — Você esta distante.
—Eu estava esperando você melhorar disso tudo... Mas sim. Eu acho que preciso de uma mudança...
Ela levantou sua cabeça e o olhou pela primeira vez nesses últimos instantes. —Eu achei que você disse... Que somente precisasse de alguém que pudesse confiar... Inteiramente.
—Na verdade, eu acho que fico melhor sozinho.
—Mas você disse que estava cansado...
—Cada dia que passa eu perco a esperança...
—Achei que tivéssemos combinado em concertar isso juntos... Mas você não para de se distanciar...
—Eu estou aqui agora.
Ela suspira, e as lagrimas param. Um sorriso triste se abre no rosto dela, mas o rosto dele é indecifrável.
Com poucas palavras, o restinho de esperança que era tinha acaba: —Mas o meu coração não.

Tentando não desabar, ela acaba: —Mas você prometeu que o seu coração estaria comigo... — soluça —Até o momento em que parasse.

Ele apenas negou com a cabeça e se retirou da sala. Algum tempo depois, para sentir ele de novo, ela viajou para praia, sozinha.
E aonde está ele agora?
Enquanto ela chora em pé no mesmo lugar, maquiagem borrada e vestido amassado.


Essa pequena histórinha foi baseada em uma música: The Moment That It Stops, da banda The Narrative.

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