Eu piso no chão
E o chão é lava
Queima devagar, arde, forma bolhas.
Eu piso no chão, mas de chinelos
Pulo em cima dos sofás e tapetes que nem criança
Mas a porra é seria
Você me ama, me fala, me sente
Sente saudades
Eu pisava nos seus pés
E
você me carregava
Era tão simples, sutil, sossegado
Eu era estupidamente feliz
E
não compreendia
Eu piso no chão
E
está tão longe
Distante, quieto,
Com
as feições quase que esfumaçadas
Não sei se do tempo ou das lágrimas
Eu piso no chão e dói
De pensar que pode não dar certo
Nossa brincadeira de criança
Tá tão real, tão podre, tão cinza
E eu choro e choro
Acreditando que talvez a água alivie a angústia
Acreditando que o chão se tornará mármore como antes
Mas eu piso no chão
E os dias passam
As pessoas mudam
Meus pés cansados não agüentam mais
Eu vivo
Não vivemos
Acho que não estamos
Estaremos
Para trás
Eu piso em ti
Nas tentações, nas magoas
Será que caminharemos juntos?
O que resta é só lembrança?
Andaremos lado a lado novamente?
Ou cairemos?
Eu piso no seu pé
E você pisa no meu.
Tropeçamos, choramos, e a lava nos cobre por inteiros
Eu pisava no chão
Mas minha cabeça vivia na lua.
Eu te amo
E meu amor ronrona dentro do meu estômago
Ele é tímido,
E morres de medo de te perder.
Eu deito no chão
E
o chão é lava
É mais refrescante do que o fervor pavoroso que passa na minha cabeça ultimamente.
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