terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Teoria da Felicidade
Cantar aos pássaros na manhã
ensolarada
Fingir o sorriso
Colar ele no rosto
Abotoar com um cinto o pensamento
Se tornar vazio;
Finge tanto que acredita
E assim caminha
Sem preocupações, sem o desgaste
Sem saber de quem morreu e morrerá
Ignorante igual a um cão
Babando pelo conforto de poder deitar-se
Alimentar-se
Com nenhuma percepção de tempo
Sentimento
Guerra,
Bombardeio
Política
Amor
E assim se caminhará
Isoladamente
Rumo ao conto de fadas
Basta encher os lábios da substância açucarada
E fingir,
Fingir que não entende mais nada.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
e Amanhã?
O que está acontecendo?
Meus pulsos estão amarrados por cordas, minha visão está embaçada e sinto cheiro de éter me distrair num mundo distante e profundo.
Me olho no espelho, mas não vejo minha imagem.
Olhos verdes sem brilho, rosto cinza sem esperança, membros cortados e ensanguentados.
- ACORDA! - socam meu rosto na realidade, me deparo com outra eu.
Endireito minha coluna tentando me espreguiçar deste estranho sonho.
- Você não quer este futuro - diz, perfurando-me com o mesmo olhar sem brilho.
E então ela some
E sou deixada numa esquina
Não sabendo ainda que caminho seguir.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Resistência
Aqueles dias com clima parecido
Mormaço gélido depressivo
No qual as lagrimas escorrem sem precipitar o choro
Você é aquela música cansativa que nunca quero ouvir
Por que não te deleto do pensamento?
A enferrujada memoria rasteja minha coluna
Causa desde a cabeça até os pés o formigamento
De paleto anda ereto e abre o guarda-chuva preto ao sair do carro
Mas não esta chovendo
Garotinhas brincam, rodeiam os campos
Palavras evaporam e rolos de filme queimam do fervor da minha angústia
Porém permanece o abismo que esmaga-me contra as paredes
Perfuro a pele macia dos meus braços em vão
Mas a dor não distrai mais
E quando a anestesia e a dormência não fazem mais efeito
Você aparece fantasma
Pingando o suor ardente da cólera que criei
- Por que...
Ele não responde.
- Por que? - suplico
Ele não espera.
- Por que! - grito
Ele me abandona.
- Por que - murmuro
E estarei sozinha
Enterrada no passado
Sem conseguir me libertar.
Mas tudo bem,
Pois a desgraça cria o poeta.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Desinteressante
desencanar descansar colocar no ar
os pés
o discreto inquieto
dos soluços
soluções
aviões, naquele passarela
tapete vermelho pintado da novela
entra em cena a mais bonita
aplausos assobios vuvuzelas
enquanto é esmagada
a pequena da tomada
a luz que a iluminou
a pele dela
é mais macia
e não arde
ao pensar na dor
é impossível recomeçar
a cada silaba que seu lábio tenta entrelaçar
mais se esconde nos zipperes enferrujados
e mais esconderá.
A satisfação não existe
nos terminais violeta
ninguém nunca sente
ao mesmo tempo que ela desaparece aos poucos.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Segredo Insegredável
Os arrepios começaram naquele final de tarde frouxo de natal.
Vai ver por isso que ela nunca gostou muito do natal
O verde, vermelho e branco a causavam enjoou.
Talvez mera coincidência ou intensificador.
Sua tia também ajudou, isso é certo.
Ver suas cartas ao papai noel sendo rasgadas porque o velhinho era "uma imagem diabólica" ou o inconsistente fato de sua mãe estar presente claro que contribuíram.
Mas nesse ano em especial o natal era feliz.
Todos estavam reunidos, ela estava usando um vestido adorável e seu cabelo estava trançado
Até a tal da cachorra obesa da tia estava perambulando pelas salas
Porém os arrepios desesperadores não deixavam sua mente fluir.
Quatro minutos encarando a piscina se movendo ao vento e na próxima cena ela tinha tentado se afogar com apenas dez anos.
Ela não entendia ainda sobre essas coisas, mas algo estava errado.
E a cada pensamento ela queria mais e mais sumir com a memória de sua existência.
Tiveram vários casos porquê tudo aconteceu.
O que mais se ressalta foi a curiosidade, a música idiota da Rita Lee, e os malditos playmobils.
Mas tudo começou por conta da inocência da pequenina.
Um dia aleatório andando no sol das flores de sua avó ela foi surpreendida por um escorpião e por isso conheceu aquela criatura.
Vizinha da casa do lado, casa bizarrinha; a campainha era de baixo da caixa de correio e em cima do quarto tinha um porão.
A pequenina achava isso, o cabelo e os playmobils um máximo
Nunca saberia como os fios caiam perfeitamente sobre sua orelha
Agora não gostaria mais de saber.
A vizinha era estranha
Poucos recortes sabe-se dela:
A música de terror que cantarolava de lábios fechados
Os desenhos de bolas coloridas sendo impressos do paint
A blusa branca da polly que grampeou
O dia em que falou sobre o pó azul das borboletas
Seu sotaque forte e as vezes que falava francês
Sem explicação ou motivo aquele demônio decidiu-se aproveitar da pequenina
Não sabia o que era, mas ela certamente não gostava
E a única coisa que pedia de volta era poder brincar
Mas elas nunca brincavam.
A gota de água foi quando a pequenina viu ela da janela jogando frisbee com outra garota qualquer
Se divertiam.
Foi ai que notou que a francesa era uma filha da puta
E decretou ressentimento eterno.
No futuro aprendeu o que era sexo
O cair da fixa não foi fácil, mas os dias vão passando, e ela vai tentando se reconstituir.
Mas os arrepios sempre voltam, até hoje.
Com vontade de se afogar, ela saiu de casa e parou na confeitaria mais próxima
Comeu uma caixa inteira de macarons.
sábado, 26 de outubro de 2013
Nova Stela
Enquanto rebola coordenadamente passando a mão pelo cabelo comprido observa a cena mais bonita da vida
Ela dança delicadamente pela passarela e sua felicidade é difícil de ignorar.
Você quer vestir os sapatos dela e saber como é voar além do arco-íris
Mas que pena, os sapatinhos são muito pequenos para o seu pé efêmero.
E a única coisa que você realmente tem é a saudade
Porque se não fosse um ser arrogante e sem coração, poderia ser ela.
Talvez esperando sentada apareça um gênio e três desejos.
Não negue, dentro do seu vazio preto e branco você quer o sorriso inocente e colorido.
Quem não iria querer?
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Brilha Brilha Estrelinha
Mas você é por muito a mais alta
A garotinha de marias-chiquinhas
Sorrindo contagiantemente do céu;
As covinhas marcadas de tanto brincar
De toda diversão inocente que seu coração contente sempre faz
Exceptional lady,
Porque tão teimosa?
Aquele com os braços compridos que te arranca
Eu sei como é.
Ele vai dizer tudo que
Você quer ouvir
E quando estiver sonâmbula
Vai se perguntar constantemente
Vai se descabelar
Os mares cairão do seu queixo
Isso não é amor
Quem ama não te puxa
A sua luz é única
Ele não te priva disso.
Esfregue os olhos e veja com mais clareza
Miniatura de nariz empinado
Ninguém me avisou
Ninguém me apontou o caminho errado,
Mas você merece muito mais.
Um príncipe no cavalo encantado
mesmo sendo clichê!
Fogos de artificio
mesmo sendo perigoso!
Criptografias cravadas a pregos na parede do teu quarto
mesmo sendo sombrio!
Canções
mesmo não gostando de música!
Desenhos, recortes, flores, anéis
mesmo sendo brega!
And a Happly Ever After
mesmo
sendo
impossível.
domingo, 20 de outubro de 2013
Uma concha do mar
Consegue atravessar o oceano?
Como um ser tão fechado,
Consegue saber tanto sobre o mundo?
Como um ser tão sozinho,
Consegue dizer as palavras mais bonitas?
Como um ser tão comum,
Consegue ser tão extraordinário?
Mas oque mais me perturba:
Como um ser tão inferior,
Consegue viver em mais harmonia do que a gente?
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Esquema do natal
Da periferia da minha consciência eu sabia que era você.
Mas como se nunca o tivesse conhecido nós cruzamos lentamente.
Nenhum se atenta olhar
Porque afinal, realmente, somos estranhos
Nada
Só sua aura impenetravelmente vazia como um saco sem batatas
E assim completa-se o esquema do natal.
sábado, 28 de setembro de 2013
O Que Você Quer Ser Quando Crescer?
É que no final do espetáculo
Eu receba uma carta.
Não precisa de nome
Não precisa de flores e manchas de batons
Nem tempo gasto com uma criação recortada nas margens de bordado.
Deve apenas ser especial.
Um relato carinhoso de como se conheceram.
De como se amam
E de como sempre estarão juntos.
Uma forma de agradecimento somente.
Se esbarraram naquela livraria quinta-feira de manhã.
Acharam o último exemplar do livro na estante e envergonhados brincaram por um tempo de "É seu".
Mas no final decidiram dividir a história e trocaram telefones.
E aquele momento mágico nunca teria existido se não fosse por mim.
Vocês nunca seriam os mesmos se não tivessem por acaso passado os dedos suavemente sobre as minhas páginas.
Eu não quero o glamour
Só quero a felicidade nos outros
Que comer um pacotinho de chocolate trás.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Bagunça
O sentimento azedo dos açucares artificiais de cobrinhas azuis e o deslizar no escorregadio chão de sabonetes.
A água hora quente, hora fria tirando a visão dos meus cabelos compridos enquanto sinto contra mim você macio dos cobertores.
O toque do transparente, fosforescente vontade batendo do seu coração maratonista.
Quero devorar o ritmo eletrônico dos seus olhares cinzas supersônicos.
E essa será a nossa dança.
sábado, 14 de setembro de 2013
Droga
Não estava nos manuais, nenhum tipo de aviso, imprevisível chegando sem sinais
Ela é a sua droga
Cintila derretendo no seu corpo
Te causa borboletas no estomago
Aeronaves estáticas
Onomatopeias vibrando da cabeça aos pés
Te causa um empurrão contra os algodões
Perda da coordenação amorosa
Espasmos, dor de cabeça, visão turva, movimentos descontrolados
Raiva inquietante pulsando no topo de suas unhas roídas
Porque culpa-lá?
Você escolheu toma-lá.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Misologia
Mortificada com os ataques.
A voz grossa e fina que arranhou suas pernas,
O olhar frio e seco que queimou sua pele,
As bochechas gordas e rosadas que junto de seu corpo rechonchudo a amassou,
Essa perseguição é desespero.
Esta em toda parte
Na cor do telhado da casinha
Na esponja da cozinha
Na marca da farinha
Chega com esse sofrimento
Que já virou privado passatempo
Me deixa em paz
Antes que de fantasma você leia uma tumba
Com seu nome inteligente
Para não voltar nunca mais.
O truque de mestre que Stewart já aprimorou das mexidas no cabelo, dos beijos sem amor
Está nos espelhos pendurados
Nas fronhas e edredons
Nos fios das cortinhas desenhados
Em tudo e já cansei.
As estupidas lagrimas que alagam a casinha de cachorro fazem de lembrar como a graça é só minha.
Os piões que se movem podem acertar
Mas no epílogo
A princesa da comédia que não para de rimar
Vai,
Vai,
Vai,
Posso falar?
Aha!
Vai vitoriar!
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
6.9
Ousados, mal sabem que na distância entre as folhas tem alguém desculpe o linguajar, pensando em merda.
Afinal, o que será que faz um casal de adolescentes indo até a farmácia de mãos dadas.
Eles estão comprando camisinhas.
Só podem estar comprando camisinhas.
Com todos aqueles ferormônios aposto que eles vão se esquentar nus um no outro.
Hoje, tem que ser hoje.
Será que já fizeram isso antes? Deveria ter ficado aqui observando mais todos aqueles meses desde que eles estão namorando.
Mas que coisa, quanta pergunta, quanta curiosidade!
Eu sei que eles estão comprando camisinhas.
Oras, eles obviamente estão comprando camisinhas.
Qual será que vão comprar?
Morango? Não...
Por favor, que eles não comprem as de morangos.
Nem aquelas que brilham no escuro... Eu vomito só de pensar.
C-R-E-D-O.
Mas quanta demora, eles ainda não saíram de lá.
Será que não aguentaram e fizeram doce amor entre os remédios mesmo?
Isso, seria inusitado.
Duvido.
Mas não duvido que estejam comprando camisinhas.
Gente, ninguém notou ainda?
E eles vão sem vergonha nenhuma, como podem?
Eles não tem mais que 16 anos.
E ESTÃO COMPRANDO CAMISINHAS.
É, antiquado meu pensamento, tó sabendo...
Mas não é todo dia que você vê um casal jovem indo junto a uma farmácia para comprar camisinhas...
Ou será que é? Como eu poderia saber.
Talvez devesse ter ficado mais aqui observando o movimento.
Mas isso ainda não é o suficiente.
Quero saber.
O que eles vão fazer?
Que pergunta. Dãh.
É muito claro o que eles vão fazer.
Adolescentes pingando e rindo sem rugas
Despercebidos
Que acham que sabem de tudo...
Olha! Eles estão pagando.
Até que enfim.
O que...?
Esfrego meus olhos tentando entender
Mas ao invés de dois adolescentes vejo agora em suas mãos...
Pasta de dentes.
E toda a imagem muda.
Seus cabelos ficam cinzas, seus corpos arqueados e seus sorrisos mais marcados.
Enxergo suas almas puras e velhas,
De um inocente casal
Que foi na farmácia para começar suas vidas.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Não É Difícil
Amarre firme os meus cadarços
E de uma bisbilhotada no espelho.
Repita que me ama,
Penetre com seus olhos cinzas
Repita que me quer
Adicione o franzir das sobrancelhas e as mordidinhas no lábio
Estale os dedos
Já se apaixonou?
Se algum dia duvidares
Lembre de tudo
Meses juntinhos em um fechar de retinas.
Minhas gargalhadas,
Cócegas animadas
Basta reviver um instante
O vai e vem apertado na rede
Ou até um poema no final de um dia ordinário serve.
Se tu por pinonhas duvidar
Ouça minha voz
Enquanto imploro
Enquanto arremesso em você palavras picotadas de um fundo cinza e verde.
Como poderia duvidar,
Se eu te amo até a lua ida e volta?
terça-feira, 3 de setembro de 2013
5 Minutos de Fama
Montar cena
Flashs, ISO 100, a exaltação?
Criar um palco como obrigação
Deixar um colega na mão?
Valeu a pena,
Me fazer escrever esse poema?
Exalar meu sofrimento
As cartas ao experimento
Podem prender meus braços
Eu não irei ver.
Podem grampear meus olhos
Eu não irei ver.
Podem dizer que não é
Eu sei que é,
e não, não vou ver.
Valeu a pena?
Essa necessidade extrema
De estar nos holofotes
St. Pierre e Charlotes
Ditadores de barbichas e bigodes
Querem reconhecimento de verdade?
Não se adquire sozinho nessa idade
Pensamento prepotente
Fique contente então,
Com seus 5 minutos de fama
Eles já acabaram a uma eternidade.
sábado, 31 de agosto de 2013
Eles
Mas o olhar.
Particularmente o olhar.
Sujo com pó de cigarro.
Eles querem atenção, de fato querem atenção, mas para eles não é difícil de conquistar. Se eles não tentassem tanto, com as plumas extravagantes e as danças sexys, seriam mais gente. Mas tem gente que no fundo é só número.
Um beijo, uma bonequinha inflável.
Uma estatística no meio de um contador de visitas.
E eles são apenas isso.
Mais dor ao passar por esse corredor polonês.
And they, don't know that.
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Solteirona
Uma mulher nos seus 45 anos, que com 30 ainda achava que iria encontrar seu príncipe encantado.
Hoje nem se arruma mais, sai sozinha no supermercado de pijamas e o cabelo armado.
Maquiagem são só produtos enganosos,
Junto dos produtos de cabelo e dos seus mimimis gels-hidratantes-especiais-que-seja.
Uma promessa para a beleza que não faz diferença na sua vida.
Mas ela não se deixa derrubar por estar sozinha.
Feminismo & todas essas merdas dos novos padrões da sociedade a sugam para seu são o contentamento de poder andar feia em casa, dançar no meio da sala sem roupas e finalizar pensando nas noites em claro em quem quiser.
Ela tem tudo afinal.
Uma cama confortável podendo se esticar até 5 metros de distância,
Uma banheira de bolhas e champanhe a 5 passos,
Um pote de sorvete häagen-dazs que não precisa ficar aflita de ter que dividir com ninguém.
E ela tem uma filha.
Só pode ser assim que não sente falta, 18 anos a idade do casamento.
Começa difícil, dores de parto e trocando fraudas.
Só para dificultar mais ainda, não dormindo de noite, tapando as tomadas e escondendo os pequenos objetos. Só para dificultar mais do que o possível, a preocupação de hoje de aonde estão, sua filha e o namorado.
O Sr. que vai ocupar o outro lado da cama, vai pular no meio do banho de bolhas, e roubar escondido uma colher do sorvete.
Ah, e claro, vai acompanhar a única desolidão da mãe solteira todos os dias 12 de junho.
A única e ultima coisa que a ruivona terá são seus rushs de correr entre quarteirões antes de estacionar o carro ao ir para casa.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Ursinhos, yakisoba e o básico.
A luz da escrivaninha e da tela do computador
Uma ventania fria sobreposta pelo som de seus dedos
Aquele olhar vazio escuro que deixava suas cores claras e cheias transbordarem pela música
Cada nota cada dia e cada sentimento que ele já teve
Na harmonia triste de sua solidão.
As cordas afiadas tocadas rápidas furavam aquela doce imagem
Dos lábios gordinhos, das piruetas no ar.
Lágrimas não tem tempo. para.
Caem sufocam encharcam
As cordas amarram em seu pescoço
E as ondas ocupam o vácuo
No nevoeiro de longe uma garotinha vai levemente para frente e para trás no balancinho.
E então silêncio.
A brisa cinza de seus olhos consomem-a
Ele pisca indo até a mim com um beijo
"Eu senti saudades" diz ele voltando da viagem.
Esse sentimento é tão completante
Sorrir, por não ter que perguntar
Saber, muito bem quem você é.
domingo, 18 de agosto de 2013
Filosofando
Bate o sol nas folhas da jabuticabeira
O vento suaviza os sons das crianças brincando
E seu cabelo balança com o ar frio vindo da geladeira.
Uma distância imensuravelmente grande,
personalidades de obstáculos entre ela e o lado bonito da sala.
E como contemplava,
o que provavelmente nunca estaria em seu alcance.
Mas a questão na verdade era:
Para que ela iria querer de fato aquilo que não precisava?
Só bastava contemplar.
E contemplaria todos os dias.
Um ano que passaria naquela imensa sala,
longe da jabuticabeira
e ao lado de tomadas e eletrodomésticos.
E estaria tudo bem assim, estaria mesmo.
Nunca provaria o doce gosto das frutas
ou sentiria o áspero cheiro de pó vindo das brincadeirinhas na grama.
Nunca... Nunca é uma palavra muito forte.
Tão forte que o acaso a desafiou,
e na semana seguinte inverteu os lados.
Lado a lado das janelas, ela estava sozinha
Com um friozinho batendo em sua espinha.
Não observou tanto das jabuticabeiras, porém.
De perto ficou tonta com a sujeira distorcida do vidro
As folhas não são tão verdes assim
Amarelas pontas marrons queimadas
E solitária estava.
Seu lado era melhor.
E era isso mesmo.
Nada de poesia por trás, nada de metáforas e alegorias.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
A Sutilidade de um Álbum de Fotos
Só algumas bobas lágrimas, uns passos de pés e um sorvete já deveriam cura-la.
Mas era um situação um pouco mais complicada pois na sua frente descansava sua mãe em um objeto peculiar parecido a uma caixa.
Parasempre.
Ela nunca tinha visto uma cena assim.
Pois bem, nunca presenciaria.
No outro pedaço de papel em suas mãos a sua mãe mais nova com seu sorriso colorido; recheado de tutti frutti.
A garota não sabia o que era tutti frutti.
Como poderia saber?
E nunca saberia o gosto cor de rosa da borracha açucarada...
Seus dedos folheavam encantada as fotos.
A morte e a infância.
Ela não entendia muito bem o que eram aquelas coisas em suas mãos.
Fotos.
Fotos em um material liso, que ela podia tocar.
Que não emitiam luz.
Que ela não poderia reblogar, twittar, curtir ou comentar.
O que será que seu pai fazia com essas engenhocas?
Ela poderia comê-las
Mas meu bem, aposto que não são apetitosas.
Ela poderia cheirá-las
Pó, papel, e o fedorzinho de velhice.
Também não muito agradável.
Com um suspiro, ela desiste de tentar entender qual era o propósito daquilo fora da tela.
Opta por guardá-las.
No final do dia, descobre seu verdadeiro valor quando as entrega para o pai,
Que dengoso coloca-as perto de seu coração para dormir de noite.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Um Final Feliz
"Puxa, até aqui, enquanto todos estão dormindo... Deve estar tarde" Pensei rebolando a cabeça em desaprovação.
Me vesti com meus pijamas improvisados e aleatórios, e na esperança de sair mais rápido dali, sai com a escova de cabelo na mão; Notei que a porta do quarto do pai dele estava fechada, e a outra porta encostada. Primeiro hesitei em bater na porta antes de entrar, mas ai ouvi o que eram os barulhos: A nossa música estava tocando.
Dentro do quarto estava ele sentado na cama, com o cabelo pingando ainda, e uma rosa estava na sua frente.
Na hora fingi não ter notado e sentei na frente dele, sorridente.
Ele continuava olhando para baixo.
Sendo o blooper ambulante que eu sou, o observei tentando pentear meu cabelo todo bagunçado, e reclamei um pouco com palavras que não lembro, de como eu sempre estragava as coisas.
Ele ergueu o olhar, e manteve uma expressão seria, porem agora ele me flitava com um certo ar de interrogação;
- O que é isso?
Me direcionei para a rosa.
Engraçado como alguns dias atrás eu havia o contado que nunca tinha ganhado uma flor.
Ele não respondeu na hora, apenas a observou mais.
- É para mim?
Como eu sou tonta! Claro que é para você!
Ele acenou e me beijou.
Dei uma risadinha, e ele acordou do transe em que estava.
- Que droga, meu cabelo ainda esta cheio de nós! - tento passar minha mão pelos meus fios de cabelo, porem minha mão se prende bem no topo. A balanço de irritação. Sua tonta! Estragou a coisa mais perfeita da sua vida! Droga de cabelo...
- Eu estive pensando na pergunta que você fez...
Tinha um palpite de qual pergunta, mas aguardei ansiosa para ouvi-ló dizer.
- All we need is a date.
- Date? Como um encontro?
- Não, uma data. - me perfurou mais um pouco com seus olhos lindos acinzentados antes de continuar com a voz fraca: - Eu sei que você não gosta de abril... Mas 4 do 4...
Soltei uma risadinha e o ataquei com vários beijos.
Tudo estava perfeito. Tudo era perfeito.
O lugar, o momento, o que sentíamos...
Ainda tinha viva a imagem dele cantando sob luzes coloridas enquanto estávamos no show.
Não achei que precisava responder, mas voltando a ficar serio ele perguntou:
- Você quer ser a minha parceira, minha melhor amiga e namorada, para vida toda?
Mas é claro!
- Sim! Sim! Claro que sim! Seu bobo!
Ambos sorrimos, e continuamos sorrindo provavelmente a noite toda abraçados no frio de São Paulo.
Obs: Essa postagem foi originalmente postada no dia 04/06/2013
Sem querer mexendo nos marcadores eu re-publiquei ela HOJE.
Uma bela desgraça para aqueles metódicos e chatos (nesse caso, dessa vez, EU).
Enfim, tudo bem, eu sobrevivo.
domingo, 11 de agosto de 2013
"It's Us, not you."
Babulceia o que baba, que escorre pelo queixo
Grandes janelas cinzentas
Observam os pais
High School Sweat Hearts
Com medo de morcegos
Fugidos pelas noites, debaixo do ventilador
Sexta-feira. Besteiras e chocolates.
Gotas salgadas
Que derreteram sobre a ponta do meu nariz
Foram pela primeira vez
Que chorei porque estava feliz.
Qual é o seu segredo?
Qual é o seu encanto?
Músico apaixonado
Toque o seu pranto
Ao meu lado da cama
Sem o sotaque forçado.
Novas memórias
Quadras de show-ball
Com gramas geladas
Grilos cantando
Me pergunto
Porque não estávamos dançando?
Viva cada momento como puder, meu pequeno.
Seu papai sempre vai te abraçar quando os bichos papões te assustarem.
Mantenha a calma, meu pequeno
Sua mamãe ira juntar as melhores palavras que pode
Para te poupar das ruins que estão no mundo.
Descase, meu pequeno.
Sempre estaremos juntos.
Um beijo
"Eu te amo"
mais um beijo
"Eu também te amo"
outro beijo.
Fim.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Pensamentos do Aniversariante
Olhando para a lua, desejo que do outro lado ela olhe uma última vez.
E feche as cortinas, para interlaçar seus dedos dentre dos cabelos escuros dele.
Nas sombras desejo desaparecer.
Virar a história que sempre e somente fui.
Nunca a beijei
Nunca a fiz suco de laranja
Nunca a dei minha blusa de abotoar
Nunca a salvei
Nunca a fiz desmaiar
Nunca a toquei
Nunca sorri
Para ela
Também nunca existi.
Mas sempre a amei,
Desde o dia que a vi pulando pela neve, com um olhar verde estonteante.
Eu sei que você tem medo de ter crescido, eu sei que seu reflexo mostra seus olhos opacos com aspecto de cachorro sem dono.
Mas você ainda é aquela garotinha.
Só não é mais minha.
Com uma lágrima, vou fazer minha dancinha e comer uma fatia do bolo do Oscar.
Você não está perdendo nada my love...
Em outro universo talvez a gente se esbarre por ai.
Pena que terei chegado atrasado.
Então comemore somente hoje
Meu último aniversário.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Murmúros
Como alguém cria sem pensar?
Como alguém termina sem tormento?
Como alguém ama, sem amar?
--> Exacly!
How do you do it little actress?
Making things blind.
How can you think little actress?
That you left your past behind.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Never more, never more.
Não estava sob efeito de bebidas, remédios ou ópio, só o cansado e as olheiras de sempre.
O pássaro colorido beirava na janela dela.
Ela escrevia. Não no cenário de tons de sépia com papel velho, pena e nankin. Mas nesse cenário as paredes eram rabiscadas cheias de livros em tons de vermelho e seu papel era branco com azul.
Escuro, esse é um detalhe importante.
Os olhares fixos do passarinho eram perturbadores.
"Never more, never more" começa ela.
"Passada a semana, o olhar não queima tanto quanto antigamente. Ficou perdido e sutil."
A garota olha para janela, começou a nevar. O pássaro esta desamparado e com frio.
"Adorável morder o bicho papão de meus tormentos."
"Chega de romantizar. A ave pingava suas cores azuis, laranjas e amarelas desbotadas. Suas penas não brilhavam, de seu bico rachado saia uma gosma vermelha de seu próprio sangue. Ela não podia voar na beira do horizonte pois estava presa a essa imagem que a feria."
Um sorriso contentou a garota.
Ele está tão miserável quanto você.
E chega.
Nunca mais.
Nunca mais.
Nem se as imagens voltarem?
"Cantarolavam no banco da árvore igual a velhos bêbados. Estavam livres, estava quente..."
Nunca mais, nunca mais.
"E quem estava do seu lado, e quem parasempre estará?"
Lagrimas de desespero derramavam tinta dos olhos da garota. Azuis, laranjas e amarelas. Encarou seu lado, sua janela fechada do outro lado a ave rindo.
"Nunca mais..."
Um soco faz ela bater suas asas para baixo. O vidro treme enquanto a nova visão de fora se constitui; É o reflexo dela.
"Não..."
Mas tudo que ela vê é um pássaro desbotado chorando sangue de seus lábios vermelhos cortados.
sábado, 27 de julho de 2013
The Beauty and The Beast
Tinha ambições de um pequeno príncipe, delicado como o sapatinho de cristal.
Mas a bruxa malvada o tirou tudo, ela o tornou mal.
Seus pés alargaram, seus dedos viraram armas.
E tudo que ele tocava morria.
Ele nem sempre foi assim, um monstro.
Foram suas desaventuras que o criaram o rancor.
Não tinha intenções ruins, mesmo por baixo dos olhos vermelhos e dentes sanguinários.
Ele nem sempre foi assim, manipulador.
Aprendeu a caçar, e tudo que encontrava era alvo, mesmo sem querer apontar sua flecha.
Mas ele sempre foi assim, egoísta.
Mas ele sempre sentiu amor
Pela bela donzela orquídea lilás
O que é amor se não querer o melhor pelo amado?
O que é amor se não coloca-lo na frente?
O melhor era a terra, a água o sol e o ar.
Mas ele a carregava bem pertinho, apertava, sufocava.
No futuro ele sempre vai sentir o que sente.
Arrependimento.
Ele foi uma fera, um monstro, um manipulador.
Matou o único ser que não tinha medo.
O único que o amava de volta.
Sua cega e tonta flor.
A via debatendo e chorando
Todos os dias com seus toques e olhares
Até quando ele estava tentando.
Tudo que ele queria era voltar no tempo
A soltar no mundo
E a deixar.
Queria poder ter deixado ela viver fora de sua maldição.
Ele mesmo
Sempre teria sido o fim.
Ele deseja hoje nunca ter ganhado o que sempre a agradeceu.
Se ela tivesse nojo
Se ela não o amasse
Se...
Ela tivesse sido o fim.
Mas a felicidade momentânea
E a ilusão sempre agradam
De que tinha jeito
De que suas garras não doíam...
Ele nem sempre foi assim, esperançoso e feliz.
Foi a orquídea que o deu seu coração.
Pobre não sabia que sem coração os seres morriam.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Relapso
O tecido fino já foi lavado,
esfregado,
costurado
e remendado.
Mas as dores antigas são manchas que nunca vão sair.
E quanto mais se acumula, mais a pequena se desespera.
Mais ela sofre, mas ela tem que segurar dentro de seus recortes e pontos.
O relapso chega quando ela não aguenta mais.
Quando ela vê o caco de vidro no meio de seu caminho
Ela não sabe mais se segurar
A única coisa que há é
Por cima de gritos
Esconder suas dores no meio do armário de roupas
Até seu folego de boneca estourar
Até seu pobre coração desmaiar
Mas as vezes os joelhos a soltarem espatifada no cimento não é suficiente
E este é o relapso;
Quando a bonequinha se irrita,
Pega o caco
E se rasga.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Escritores Sempre!
O dia daqueles que criam vidas, memórias, situações, cenas, ARTE.
Feliz dia do escritor!!!
Rio Verde
Cinzas sempre, azuis as vezes, verdes brincalhões.
São seus sorrisos, devem ser seus sorrisos
Risonhos, carinhosos, calorosos, as vezes tristes, as vezes quietos e embaraçados
Escondidos atrás de seu cabelo, dentro de seus olhares sérios.
São seus olhares!
Devem ser seus olhares
Pensativos, presentes, tristes as vezes ausentes.
Acho que é seu nariz.
Deve ser seu nariz
Igual
Mas que a mordida me deixa feliz
É a sua voz.
Deve ser a sua voz
Rouca sempre. Fina em ocasiões especiais.
Ou o beijo... Os lábios fofos.
Não! Suas mãos.
Há de serem suas mãos
Gentis, suaves, geladas.
Com o toque mais...
Deve ser seu toque.
Seu abraço! Como não pensar no abraço?
A peça que mais encaixa do jogo de quebra-cabeça
A sensação quente de estar seguro... Sempre.
É você.
Eu sei que é você.
Estes pequenos momentos, estes suspiros
Jogos de boliche, filmes no sofá,
Partidas de Can-Can, cinema 6D,
Arrastar de malas, conversas ao anoitecer
O céu estrelado, nossas mãos interlaçadas
Me fazem notar todas as vezes
Nestas pequenas pausas que faço pensando
Então é isso
Ser feliz
Ter um proposito para viver
São seus olhos...
Devem ser seus olhos.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
The Moment That It Stops
No começo...
Eles se conheceram na beirada da praia. Ela acordou cedinho, se encheu de protetores solares e mimimis, bikini de bolinhas amarelas e óculos de sol chilly beans. Ele acordou tarde, mas já acordou de sunga e shorts de nadar hollister (poderia também ser abercrumbie ou american eagle, que seja). Saiu de casa de bicicleta faltando 5 paras 9.
9:10 ela chegou de ecosport, canga com desenho do Caique Britto e saída de praia amarela (uma gracinha).
Depois de sete minutos exatos, ele chegou do outro lado da praia. E ela começou a andar na borda catando conchinhas. Ele acabou dormindo e não notou a chuva chegando. Ela estava desacostumada, e não olhou para cima para notar. 10 horas começaram as pequenas gotas, e os pequenos grupos de pessoas a irem em bora. 10:10 ela olhou o céu e sua volta vazia. 10:12 ela correu na chuva, procurando algum lugar seco naquele borrão molhado 10:13 ele acordou, ensopado, deixou sua toalha esfarrapada na areia mesmo, e saiu correndo também. 10:20 ambos chegaram juntos no primeiro quiosque próximos que viram; Rindo. Se olharam, sorriram, e esse eh o começo feliz daquele dia chuvoso.
Em julho, viajaram novamente para praia, de mãos dadas. Ele estava cansado de viver sozinho e queria alguém com quem pudesse contar; ela o amava. Debaixo das estrelas, sem chuva, ele prometeu que seu coração iria estar com ela até o dia em que parasse.
Em setembro o pai dela morreu. Ele a tratou friamente, e não foi no enterro. Mas a levou a praia... Nenhum carinho, nenhum abraço. Ele já estava assim há algum tempo. Enquanto ele sentava e tomava um café, ela olhava a janela; Chuva, igual quando se conheceram. Ela saiu da janela e parou no meio da sala de pé, começando a chorar. Ele a olhou, e se levantou.
—Se acalma, eu sei que eh difícil. — ele falou e enxugou com seu dedo uma das bochechas dela.
—Você não sabe — ela sussurrou baixinho.
—Como não? Eu já perdi meu pai e minha mãe.
—Não eh por isso que estou chorando dessa vez.
—Porque então?
—Você. — ela espera ele falar algo, mas ele se recusa. — Você esta distante.
—Eu estava esperando você melhorar disso tudo... Mas sim. Eu acho que preciso de uma mudança...
Ela levantou sua cabeça e o olhou pela primeira vez nesses últimos instantes. —Eu achei que você disse... Que somente precisasse de alguém que pudesse confiar... Inteiramente.
—Na verdade, eu acho que fico melhor sozinho.
—Mas você disse que estava cansado...
—Cada dia que passa eu perco a esperança...
—Achei que tivéssemos combinado em concertar isso juntos... Mas você não para de se distanciar...
—Eu estou aqui agora.
Ela suspira, e as lagrimas param. Um sorriso triste se abre no rosto dela, mas o rosto dele é indecifrável.
Com poucas palavras, o restinho de esperança que era tinha acaba: —Mas o meu coração não.
Tentando não desabar, ela acaba: —Mas você prometeu que o seu coração estaria comigo... — soluça —Até o momento em que parasse.
Ele apenas negou com a cabeça e se retirou da sala. Algum tempo depois, para sentir ele de novo, ela viajou para praia, sozinha.
E aonde está ele agora?
Enquanto ela chora em pé no mesmo lugar, maquiagem borrada e vestido amassado.
Essa pequena histórinha foi baseada em uma música: The Moment That It Stops, da banda The Narrative.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Transtornos
Tinha dificuldades
Preferia sonhar a viver
Dormia até não poder
Mais
Era muito fraca
Coitadinha,
Não conseguia abrir o olho
Sua vovó falava para descansar
Mas para o médico era claro:
"Doente deveria estar"
Reprimidas as pessoas
Que com estimulantes energéticos
Bactérias modificadas de
Remédios genéricos
Deixam seus mundinhos
Para a realidade
A força
Maldade...
Dança bailarina!
Garotinha
Falta imunidade
Dificuldade
Dança bailarina!
Garotinha
Falta imunidade
Dificuldade
Doente mental
Doente banal
Doente, doente, doente.
Só por ser diferente.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Ininterruptamente
O problema não foi ter mudado
De abraço,
De expressão,
De tamanho
De idade
De número.
O problema é ter continuado
Depois de tudo
Dormindo na mesma cama
Com as mesmas fronhas
Ao lado dos mesmo boneco
Descabelado
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Não é adeus, só adeus.
Mas eu não tinha bateria, e meus poemas estavam saindo errados, chatos, sem sinfonia.
Beethoven tocava no fundo, o céu se tornava escuro. Ele sorria, envolta muitas toupeiras, algumas com saudade, algumas felizes pelos momentos.
Mas que calamidade, hoje é o fim do mundo!
E eu sai dele mais cedo.
Não sinto remorso porem, já estou velhinha para não sentir medo.
Sabe o que isso significa?
O meu herói vai embora de avião. Chique, Estados Unidos, puta herói do povão.
Ele fala o "s" engraçado.
Ele tem um chapéu,
Um óculos,
E se chama Morato.
Espero que saiba, que é muito amado.
Hoje foi o fim do mundo.
Com alguns arranhões e cicatrizes, eu sobrevivi
Sobrevivi ao fim do meu mundinho.
Ele esta chegando adiantado.
Um tom de calma foi posto para trás, enquanto as toupeiras ficavam em torno do rei. Fizemos bolo, tiramos foto, tudo que podíamos.
Era impossível não notar que o fim estava próximo, o rei que rosnava para seus alunos, agora os lambia. Dava abraços, chamava-os de queridos.
Ele nós amava! Ele tirava a mascara e até demostrava!
Hoje foi o fim do mundo.
Malditas ferias.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Ex-namorado
Na parede da casa da minha melhor amiga
Olhos azuis do príncipe encantado
Novembro, dia 19
Da primeira vez reclamou do suor da minha mão
Me deu alguns beijos
Abraços
Dicas
Mas era um incrível bobão.
Da segunda vez dizia que me amava.
Amava
...Muito...
Mas nunca se incomodava
Quando me fazia triste
Quando eu chorava.
Da terceira vez nem queria dizer que era meu.
Ficava de olho em outras
Recusou o infinito
Não durou muito para dizermos adeus.
Da quarta vez, você resolveu ceder
Conseguiu tirar minha blusa
Com um "te amo até morrer"
Mas eu acabei cansando...
Com a minha amiga,
Beijamos marshmellows
E colhemos morangos.
Você quis entrar
Mas não da certo,
Estes triângulos.
Da quinta vez, metamorfosiou-se em meu oposto
Um santo,
Um ser sem rosto
Mas te taquei do penhasco,
Porque você não me arremessou uma flor
Da sexta vez, errou o dia
Dia 29, chegou sem o cavalo, só o branco
Não podia me dar certeza de nada
E eu já estava cansada
De todas suas tentativas
De todas as minhas mágoas.
Porém desta vez,
Me apresentou seu melhor amigo
Agora, inimigo
O mais perfeito de todos
E que parasempre estará,
Comigo.
***
Por fim, voltei na casa da minha amiga
E pedi pra deletar
Você agora é um bando de papel rasgado
Te jogar fora foi mais difícil do que te amar.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Isso Me Mata
Apagadas memorias minhas que nem lembro mais
Talvez ele começou a gostar ou só esta me seguindo;
De qual quer forma "que é seja"
Eu não poderia dar mais a mínima.
Mas você da o máximo
Tudo para poder se sentir pior
Fotos
Cartazes
Miragens
Tantos gostos e cheiros
Imagens
Umas pilhas delas
Retocadas
Maldito feto
Abortado
Que segue comigo
Do meu passado.
Isso me mata
Me deixa então morrer em paz?
Acho que meu lábio inferior esta com frio.
Ele não para de tremer
Acho que meus dedos, congelados
Não mechem
imobilizados.
Minha voz inventou trocar de verde
Perdeu o tom.
O que aconteceu
Não sou
eu.
O que aconteceu
Realmente
Não fui...
Eu.
sábado, 15 de junho de 2013
Uma Aula de Biologia sobre Pulmões.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Blooperacidade
E o pacote não chegou.
No recreio meu celular
(Desgraçado!)
Abre justo a página da encomenda.
Será que você viu?
Espero que não.
Puxa!
Na mesa da cozinha, plástico bolha.
O Quincas bagunça o escritório: trás comido e babado papel de embrulho.
Claro!
Minhas desculpas de derramar suco de uva na blusa e ir me trocar...
Nem vai colar
Falta o suco de uva
(Maldita dieta da minha mãe!)
Pra ajudar o cartão molha na pia...
Uma beleza, palmas, palmas
Saia do banheiro e se de de cara com uma porta de vidro
Tropece
Caia
Use suas ultimas energias
Para enfiar sua cabeça na privada
Não esqueça de dar descarga.
E essa sou eu tentando fazer uma surpresa de dia dos namorados.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Mudando o Roteiro Básico
Nas mãos dela ela aperta uma carta, toda colorida, diferente da outra.
Suspira e olha para suas mãos.
(soluçando)
Aonde você não esteve olhando.
Ela esta chorando, e seu rosto inchado.
Você sabe que dia é hoje?
E acredita ser certo sumir?
Um sorriso cresce em seu rosto enquanto lê.
Ele da a ela um presente, ela enrubesce, se escondendo atrás do cardápio.
Ele ri dela, e abaixa o cardápio.
A moça chega com dois chás na mão e os serve.
Enquanto ele toma um gole, ela abre o presente:
Há um caderninho marrom com escritos em vermelho cravados na capa.
"Eu te amo", e trechinhos só deles, escritos a mão.
Ela tira da bolça uma carta colorida, e o entrega, sorridente, observando a mão dele segurando a carta com força.
(envergonhada)
Eu também te amo.
Feliz dia dos namorados.
(brincando)
Eu achava que você considerava isso uma data capitalista e tonta.
terça-feira, 11 de junho de 2013
Já foi se a vez...
Ela fingia estar doente para justificar seu rosto emburrado.
Chegou um garoto
Dalí, pintaram um quadro
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Caro Tempo,
Odeio você, e só você
Não precisa perguntar quem.
Aqueles sereszinhos no parquinho
Que brincavam de gangorra
Dividiam quem empurrava o balancinho
Por sua causa são agora drogados
Todos com egos inflamados
E braços cortados.
Tempo, porque causaste tanta dor
Tirados dos sonhos e das esperanças,
Daqueles rostinhos com tanto amor
Eram apenas criancinhas
Aprenderam tudo juntinhas
Para crescerem separadas
Tornaram estranhas, quem antes eram vizinhas.
Porque roubou todo o brilho?
Porque tudo roubou?
Do que você faz bem uso das vidas que tomou?
E o Russo achava
Ter todo o tempo do mundo
Ainda era cedo
Cade todo esse tempo?
Quão tarde será agora?
Tik Tok,
Tik Tok
O coelho da Alice sabe.
Ele sabe a hora
Que todos aguardamos desde sempre
De dizer adeus ao mundo
De ir embora.
terça-feira, 4 de junho de 2013
Toque de Cremosos
Você nunca vai conseguir assim,
Cantada barata não rola
Nem pensar com um romance folhetim.
É tão meloso que me enoja
Mais doce que salada de frutas
Chega de comparação chinfrim
Mais clichê do que Romeu e Julieta
Não se consegue um amor assim.
Não serei sua anja que caiu do céu,
Muito menos borboleta
Baby, desencana
Isso tudo eh tão patético
Deixa de ser assim!
Baby, seu banana...
Me ouve,
Introduzir dança na conversa não vai melhorar.
Não se faz assim
Se conquista com o olhar.
Logo eu tenho que ir
Eu sei, você precisa de mim
Baby, aprende sozinho.
Não é necessário mentir
Um dia quem sabe da certo.
Mas até lá,
Tente só não brincar de pescar
Não se fisga garotas com coisa cafona
Joga fora essa sanfona
Baby, só tente.
Somente não use de "pudim".
Quando precisar rimar
Não elogie assim.
domingo, 2 de junho de 2013
Parada: Presente (somente ida)
De novo
Quero um ticket de passagem para o presente,
Sem retorno
Cansei dessas histórias.
Cansei de ser ausente.
Tenho medo das coisas que vejo nessas viagens
Tenho medo do que elas me fazem sentir.
Não gosto de sentir saudade.
Não gosto dessa alegria,
Nostalgia
Felicidade
Também não gosto dos calafrios
De todos esses rostos,
Sorrisos
Gosto muito menos quando pego o trem errado.
Mergulho nas memórias dos outros
Que desconheço
Mas imagino com tanta certeza e cor.
Esses são os piores.
Detesto como o mundo continua insistindo em girar
Pare de girar...
Pare de girar!
A contadora de histórias não agüenta mais.
Deixe ela descansar?
Essas desilusões
Esses mundos construídos e desmanchados.
E não para, não para, não para.
sábado, 1 de junho de 2013
"Você é muito novinho para saber de amor"
Ele via ela como a criatura mais bonita da face da terra.
Alias, ele só via a ela.
Sentia um formigar estranho no peito,
Contava as horas para ve-la,
E cada segundo que pudesse estar mais um ao lado dela, ele estava, e conseguia estar.
Não enjoaria nunca daquele sorriso
Daquele perfume de giz de cera e shampoo johnnsons que ela tinha,
Dizia a todos, gritava para o mundo o que sentia.
Mas o mundo o repremia.
"Um garoto tão novo quanto você não sabe o que é amor"
Mas ele sabia.
Decidiu ouvir o que diziam,
O menino então cresceu.
Seus amigos os convidaram para baladas,
Ele aceitou
Umas garotas de mini saia e blusas decotadas,
Sem o menor significado, pediram para enfiar a lingua na boca dele.
Ele aceitou.
Ele foi crescendo...
Teve umas namoradas
Mas no final tudo acabava dando errado
E ele não sabia se sabia qual era a cor dos olhos delas.
Nenhuma cheirava a giz de cera, isso com certeza.
Na verdade ele não amava nenhuma.
E ele foi crescendo...
Encontrou uma garota bonita.
Inteligente.
Especial.
Eles se casaram!
E ele foi crescendo...
Depois de 5 anos ele a traiu
E claro, para deixar tudo trágico
Ela descobriu.
Chorando, o perguntou por quê.
Como ele faria isso se a amava?
Ele não entendia de amor.
Ele já era crescidinho para saber o que era amor.
Mas deixou de saber muito tempo atrás,
Quando perdeu a inocência de criança
De quando tinha 5 anos.
E quem falou que crianças são muito novas para saberem de amor?
O amor é algo muito puro para os mais velhos entenderem.
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Um "oi" afável
Nos meus tempos escuros há 4 anos atrás eu tinha um blog.
Ele era o maior sucesso!
Você deve muito bem conhecer.
"Why???"!
Não conhece?!
MEU DEUS, tu é desinformado amigo.
Não, se acalme, ninguém conhecia mesmo.
Só estava tentando zoar, vai que dessa vez no charminho maneiro das piadinhas...
Não, né? Também não deu certo.
ESPERA
NÃO!
NÃO FECHA A JANELA!
(*TIPOFT*)
Essa fui eu batendo na impressora nova com o cotovelo.
Nota: Eu sou beeeeem desabanada;
Mas não, não é isso!
Chega de digressão (só acontecerá isso neste primeiro post introdutório, espero)
Eu demorei horas tentando criar esse blog fofucho, porque não tentar ler ele por horas?
(Hã?)
Chega!
Já me introduzi a vocês (vocês existem?)
Chega!
Prazer, Anna.